mário bonito

Mário Bonito (Porto, 1921- Lisboa, 1976), integra a terceira geração de arquitetos modernos portugueses. O seu percurso é fortemente caracterizado pela vocação e ação multifacetada na atividade artística, política e sociocultural, tendo sempre presente a sua relação apaixonada com a vida e com os que o rodearam. A multidisciplinaridade no percurso de Mário Bonito é factor preponderante para desvendar o seu carácter humanista e sobretudo esclarecer a sua prática permanente como projetista e ativista de uma nova ideia de arquitectura.

A sua ação incide sobre uma participação, no processo de transformação do ensino na ESBAP nos anos 50; uma forte ligação ao cinema, tanto na crítica/debate como na divulgação, com uma participação decisiva na vida do Clube Português de Cinematografia – Cineclube do Porto, (1950 a 1962); uma intervenção ativa no teatro através do Circulo de Cultura Teatral – Teatro Experimental do Porto, (1960 a 1962).

A abordagem ao tema da habitação urbana é nuclear na sua obra arquitetónica no Porto, quer pela experimentação tipológica e formal das suas propostas, quer pelo diálogo que estabelece com a cidade em criterioso discurso com as premissas defendidas pelos protagonistas do Movimento Moderno. Os projetos construídos apresentam um fulgor e uma qualidade de resposta impar, representativos da importância de Mário Bonito para o enriquecimento da arquitetura portuense e para (re)construção do moderno português dos anos 50.

O evento Mário Bonito. 1OO anos tem enquadramento no trabalho desenvolvido no âmbito da dissertação de doutoramento “A Experimentação do Moderno na Obra de Mário Bonito: um processo de desenho dos anos 40 a 60”, apresentada à Fauldade de Arquitetura da Universidade do Porto, em outubro de 2012, por Helder Casal Ribeiro, com orientação de Francisco Barata Fernandes.